A solidão é o monstro

A situação que vivemos nos faz refletir sobre o valor da vida, o medo da morte e a solidão que resta quando as luzes se apagam. Lembrei-me de um livro, que só li por indicação de meu amigo Amâncio, leitor voraz e confiável, mas que se revelou um dos mais instigantes textos que conheço.

Frankenstein, clássico de Mary Shelley, me rendeu horas de entretenimento e reflexões. Incrível que uma jovem de 18 anos, há mais de 200 anos, tenha conseguido retratar tantos aspectos da natureza humana, particularmente a solidão e o isolamento!

Embora todo mundo conheça a história do jovem estudante de medicina Victor Frankenstein que dá vida a uma criatura única a partir de cadáveres, a leitura da obra é uma experiência rica. Compreender a dor da solidão do monstro, abandonado pelo criador, e sua triste condição é um mergulho profundo e inspirador. Leia um trecho:

“Eu vi o pálido estudante de artes profanas ajoelhado ao lado da coisa que ele tinha reunido. Eu vi o fantasma hediondo de um homem estendido e, em seguida, através do funcionamento de alguma força, mostrar sinais de vida, e se mexer com um espasmo vital. Terrível, extremamente assustador seria o efeito de qualquer esforço humano na simulação do estupendo mecanismo de Criador do mundo.”

Inspira, comove e trabalha de modo inconsciente nossas emoções de medo, angústia e solidão. Quase uma terapia, de onde saímos renovados e fortalecidos para enfrentar os monstros reais que encontramos no dia a dia.

Boa leitura e ótimo final de semana para vocês!

Luiz Paulo Ferrão, CEO da Vistage.

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