“O mal-estar na cultura”

Vivemos uma nova era, mas, pela coletânea recentemente reeditada de ensaios do pai da psicanálise, Sigmund Freud, nossos problemas continuam os mesmos de sempre.

Escrito há 90 anos, “Cultura, sociedade, religião: ‘O mal-estar na cultura’ e outros escritos” continua atual e relevante. Especialmente o ensaio “O mal estar da civilização”, rebatizado de “O mal estar da cultura”, nos ajuda a compreender o comportamento da sociedade perante a pandemia.

No texto, Freud analisa o duelo entre pulsões e civilização. O ser humano vive a guerra entre os apelos pulsionais internos, que buscam satisfação, e renúncias desses contentamentos impostas pela cultura (representada pela família, o Estado, a civilização, as figuras de autoridade).

Freud analisa em profundidade as identificações com as lideranças, a formação de grupos, a segregação das diferenças e a desumanização através da linguagem. Essa miscelânea junto com outros comportamentos acaba por influenciar a sociedade de modo devastador.

Sem renúncias aos desejos individuais em prol do bem coletivo, a vida em sociedade está fadada à barbárie.

Vale lembrar que foi no período entre guerras, nos anos 20 e 30, que o psicanalista produziu os conceitos que mudaram a maneira de analisar o ser humano. Qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência.

Fica a indicação da leitura para quem deseja ir mais fundo na compreensão do breu que tomou conta do nosso tempo.

 

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