Final de uma sexta-feira, estava realizando minha última reunião do dia com um Chair. Ao longo do encontro, este mesmo Chair solta a seguinte frase, quase como quem muda de parágrafo, mas sem mudar o tom:
“Você pode negligenciar a opinião de um expert. Mas você não pode negligenciar os resultados e as consequências de não tê-lo escutado.”
Ele falava sobre o quanto é importante assumir as consequências de não escutar quem está estendendo a mão para contribuir com algum tipo de conhecimento no qual tem profundidade para ajudar.
Mas ali, naquela hora, a frase não era sobre ele.
Ela era sobre mim. Ou melhor — era sobre todos nós. Empresários. Executivos. Tomadores de decisão. Donos da última palavra. Gente que, por carregar tanto nas costas, às vezes acha que precisa parecer inabalável.
Na hora, fiquei em silêncio. Não precisava de mais explicação. A frase me acertou de um jeito direto, como fazem os bons conselhos: te fazem lembrar de situações passadas, decisões recentes e até alertas ignorados.
Quantas vezes a gente ouve algo de alguém que sabe mais do que a gente sobre um tema, e por ego, pressa ou autoconfiança demais, simplesmente… ignora?
Escutar é uma das maiores habilidades de um líder. Mas escutar de verdade. Não fingir que ouviu enquanto decide manter o plano. Escutar com a humildade de quem entende que saber tudo é impossível — e que aprender é parte do jogo.
Desde aquele dia, passei a refletir com mais profundidade sobre o impacto das não escutas. Elas também geram efeitos. Custos. Dores. Cicatrizes que poderiam ter sido evitadas.
Na liderança, a gente não responde só pelas decisões que toma. Mas também pelas que não quis considerar.
Naquela frase, dita num treinamento comum, entendi que ser um líder melhor não é apenas fazer boas escolhas — é ouvir com inteligência quem está ali justamente pra te ajudar a escolher melhor.
E pra mim, isso é Vistage: um lugar onde a escuta é um ato de coragem. E de crescimento.